Como criar uma criptomoeda?
É bem possível que você já tenha se perguntado se é difícil criar uma criptomoeda. Faz sentido? Para acabar com essa curiosidade, conversamos com Israel Buzaym, diretor de comunicação do Bitybank, e Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos. Confira o resultado.
Como criar uma criptomoeda
Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos, explica que uma criptomoeda pode ser criada por meio de “minting” ou mineração, dependendo da metodologia.
“Começando pela segunda, vale saber que a mineração é um processo altamente complexo, que envolve resolver problemas matemáticos complicados e seguir um protocolo que verifica e grava as transações em um blockchain”, diz ele. Essas transações são validadas por uma rede de computadores que formam um sistema descentralizado.
Para quem pensa em usar o processo de minting, por outro lado, a criação é bem mais simples. Israel Buzaym, diretor de comunicação do Bitybank, lembra que Satoshi Nakamoto, quando criou o bitcoin, precisou dispender décadas de estudo relacionado a várias disciplinas para chegar à ideia final lançada em 2009. “Hoje, no entanto, existem ferramentas online que permitem criar um token em alguma blockchain que já existe de uma forma muitos simples, rápida e barata”, diz ele.
Qual é o primeiro passo para criar uma criptomoeda?
De acordo com Virgílio, o primeiro passo para criar uma criptomoeda é definir seu propósito e seu funcionamento. É essencial escolher entre criar um token, em uma blockchain já existente como a ethereum, que usa tecnologias de contratos inteligentes, ou desenvolver um blockchain próprio.
“Se a ideia for criar um token, a criação é relativamente simples, usando plataformas como ERC-20, da ethereum”, diz Virgílio. Israel lembra que, além da ethereum, outras redes também permitem a criação simplificada. “É o caso da solana, que também é simples e tem milhares de memecoins”, diz ele. Outro exemplo é a polygon.
Para quem quer se aventurar, o diretor de comunicação do Bitybank indica o site Coinsamba, que tem um gerador de token. “Você basicamente entra nesse site, define as regras da sua moeda, ou seja, qual é o fornecimento máximo, nome, ticker e qual é a rede que você quer criar”, diz ele. “Aí, então, você conecta sua carteira para fazer o ‘minting’ ou ‘mintar’, como dizemos, que é justamente fabricar essas primeiras moedas”, detalha.
Quanto custa criar uma cripto?
O custo varia muito. “Usando o gerador de token, você paga apenas uma taxa”, diz Israel. Quanto? “O Coinsamba cobra uns dez dólares”, afirma ele. “Agora, se você tiver habilidade de programação, pode criar seu token de graça, usando a rede solana, por exemplo”, explica.
Porém, a coisa muda de figura se a ideia for criar uma blockchain própria. “Fica muito mais caro e pode custar milhares ou até milhões de dólares, dependendo da complexidade e da segurança do sistema”, afirma Virgílio.
Qualquer pessoa pode criar criptomoeda?
Os especialistas concordam que hoje em dia qualquer pessoa pode criar uma cripto. “Há plataformas que simplificam a criação de tokens, o que torna a criação mais acessível mesmo para quem não tem um amplo conhecimento técnico”, reforça Virgílio.
“Com essas ferramentas online, não precisa saber programar porque você faz tudo por meio de uma interface muito simples”, complementa Israel.
Mas Virgílio ressalta que, para criar uma criptomoeda de fato segura e funcional é preciso ter uma compreensão sólida de criptografia, programação e blockchain.
É preciso um supercomputador?
De acordo com os especialistas, não precisa ter um supercomputador, não. Pelo menos para criar tokens, você pode usar um computador qualquer.
Porém, se for para minerar blockchains como bitcoin, aí sim você vai precisar de um supercomputador. “A mineração é feita usando computadores específicos para essa atividade”, Israel. “E vale lembrar que esses supercomputadores têm grande poder de processamento e, como sabemos, potência é igual a consumo”, diz ele. Ou seja, a energia gasta é muito alta.
Quanta energia se gasta para criar uma criptomoeda?
Virgílio explica que a energia necessária depende do protocolo utilizado. “Criptomoedas com Blockchain-based Proof of Existence (PoE), que é o exemplo do bitcoin, são conhecidas pelo consumo excessivo de energia devido à natureza da sua mineração”, detalha.
“Em geral, o consumo de energia de um blockchain PoE pode ser comparável ao de cidades inteiras”, alerta. Por outro lado, ele diz que blockchains que usam Proof-of-Stake (POS) consomem bem menos energia.