Mercado financeiro

LWSA enxuga marcas e busca alavancar retorno de ativos internos

A empresa de tecnologia e gestão para comércio eletrônico LWSA (ex-Locaweb) se concentra em alavancar o retorno sobre os ativos e que já estão dentro da empresa. Este ano, como parte de um processo de fusão interna de adquiridas, a empresa reduziu dez marcas de seu portfólio e diminuiu o número de colaboradores de 3.800 para 3.600.

“A fusão traz uma redução de custos de forma dramática”, disse Fernando Cirne, diretor-presidente, em teleconferência com analistas nesta sexta-feira (8). Segundo ele, a LWSA mantém foco em fusões internas de adquiridas e redução de marcas.

O executivo também destacou que a companhia vai privilegiar o retorno aos acionistas. “Somente este ano, a empresa distribuiu R$ 192,6 milhões aos acionistas”, destacou Cirne.

Ao divulgar os resultados do terceiro trimestre, a LWSA informou que seu conselho de administração aprovou o pagamento de R$ 40 milhões em dividendos, equivalentes a R$ 0,0716 por ação. Os proventos serão pagos em 21 de novembro, com base na posição acionária de 12 de novembro.

A geração de caixa segue no foco da LWSA. “A geração de caixa sempre foi intrínseca em nosso modelo de negócios”, disse o vice-presidente de operações, Rafael Chamas.

Por conta principalmente da recompra de ações realizada no terceiro trimestre, que totalizou R$ 110,8 milhões, o saldo de caixa da companhia passou de R$ 565,8 milhões ao final de junho para R$ 460,3 milhões ao final de setembro.

ERP do Mercado Livre e resultado da Squid

Durante a sessão de perguntas e respostas a analistas, Cirne afastou uma possível concorrência do novo sistema de gestão empresarial (ERP) lançado em setembro pelo Mercado Livre para vendedores parceiros do marketplace.

“Somos agnósticos e geramos mais de 20% das vendas dos marketplaces”, informou o diretor-presidente da LWSA.

Para Cirne, faz sentido o Mercado Livre, que é um dos clientes da LWSA, oferecer um ERP a vendedores que trabalham exclusivamente com o marketplace. “Somente 3% dos nossos clientes trabalham apenas com um marketplace.”

Ainda sobre e-commerce, a LWSA destacou que busca ampliar sua base de varejistas “nativos digitais”, especialmente por meio da plataforma Bagy, um aplicativo que permite a criação de lojas nas redes sociais Facebook e Instagram. A empresa foi comprada pela LWSA em junho de 2021.

Efeito Squid

A LWSA ainda enfrenta desequilíbrio de receita por conta da divisão Squid, que espera reverter em 2025. A plataforma de influenciadores digitais e criadores de conteúdo foi adquirida em outubro de 2021 por R$ 176,5 milhões.

No terceiro trimestre, a divisão de marketing focada em conectar marcas a influenciadores gerou receita de R$ 17,1 milhões, queda de 47,4% ante o resultado de R$ 32,5 milhões gerado um ano antes.

No terceiro trimestre, a receita líquida da LWSA foi de R$ 349,3 milhões, crescimento de 5,8%, em base anual. Sem considerar a operação da Squid, a empresa destacou que a receita líquida consolidada de R$ 332,2 milhões no terceiro trimestre teria avançado 11,7% em base anual.

Troca de comando

Em fevereiro, Cirne deixa o cargo de diretor-presidente da LWSA, que ocupou por sete anos, para assumir uma posição no conselho da empresa, conforme informou o Valor Pipeline, no início de outubro.

O atual vice-presidente de operações, Rafael Chamas, assumirá o comando da LWSA. A companhia também conta com um novo vice-presidente financeiro e de relações com investidores, André Kubota, ex-chefe financeiro da AmbarTech.

*Com informações do Valor Econômico

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