Maior produtora brasileira de aço, a Gerdau (GGBR4) viu sua ação disparar 9% na B3 nesta quarta-feira (6), na esteira de um resultado trimestral surpreendente e do otimismo do mercado para os próximos anos, diante da eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.
Assim, a leitura predominante entre analistas é de que a companhia vai colher daqui em diante os frutos de uma combinação de fatores que incluem:
- Maior protecionismo comercial dos Estados Unidos, o que beneficia empresas com unidades no país, caso da Gerdau;
- Adicionalmente, também devem vir maiores estímulos do governo norte-americano para investimentos em infraestrutura e para a construção civil, o que também beneficia a empresa;
- Resultados de uma política disciplinada da companhia em relação a custos;
- Expansão dos setores de infraestrutura e da construção civil também no Brasil;
- Assim, a expectativa é de possível aumento da distribuição de dividendos a acionistas.
Nesse sentido, corretoras reforçaram previsões positivas para a ação, que já tem recomendação de compra de 10 das 11 analistas que avaliam o papel.
De fato, a maioria dos analistas considera que esse conjunto abre espaço para uma recuperação da cotação de GGBR4, que vem sendo fraca nos últimos 12 meses.
Segundo o BTG Pactual, as ações da Gerdau (GGBR4) são negociadas no mercado com um desconto comparativo em relação a outras siderúrgicas internacionais.
E, na opinião do banco, isso é injustificado, considerando que a companhia tem uma parcela importante da operação e das receitas nos Estados Unidos.
“A realidade é que a Gerdau está trabalhando numa série de medidas para restaurar os níveis de lucratividade, que já estão mostrando resultados significativos”, diz o relatório do BTG Pactual, assinado por Leonardo Correa e Marcelo Arazi.
O que esperar dos dividendos da Gerdau (GGBR4)?
Na terça-feira, a Gerdau reportou lucro líquido de R$ 1,356 bilhão para o terceiro trimestre, queda de 15% ano a ano.
Simultaneamente, a Gerdau anunciou pagamento de R$ 619,4 milhões em dividendos (R$ 0,30 por ação).
Isso significa que a companhia vai distribuir aos acionistas o equivalente a 48% do lucro, o chamado payout. Esse nível é superior aos cerca de 30% no primeiro semestre.
Logo, o pagamento acontecerá em 16 de dezembro de 2024.
Em 2023, a siderúrgica também ampliou o volume de distribuição de proventos na segunda metade do ano, quando dobrou o nível em relação ao primeiro.
Além disso, alguns analistas avaliam que, nas condições atuais, a Gerdau tem condições de distribuir um valor maior do lucro aos acionistas.
“A remuneração da Gerdau está aquém das expectativas”, afirmou a equipe do Goldman Sachs sob liderança de Marcio Farid.
Qual é a política da Gerdau (GGBR4) para dividendos
Desde 2023, a Gerdau paga dividendos e/ou juros sobre o capital próprio trimestralmente, como antecipação do dividendo mínimo obrigatório.
A companhia mantém a política de distribuir no mínimo de 30% do lucro líquido, o payout, de cada ano.
No entanto, nos últimos anos, a siderúrgica vem pagando percentuais mais próximos de 50%.
Histórico de distribuição de dividendos da Gerdau
| 2021 | 2022 | 1T23 | 2T23 | 3T23 | 4T23 | 1T24 | 2T24 | 3T24 | |
| Lucro (Em R$ bi) | 14,37 | 10,36 | 2,94 | 1,93 | 1,41 | 0,33 | 1,94 | 0,816 | 1,28 |
| Dividendos (Em R$ bi) | 5,355 | 6,08 | 0,89 | 0,75 | 0,82 | 0,175 | 0,589 | 0,25 | 0,619 |
| Payout | 37,3% | 58,7% | 30,3% | 38,9% | 58,3% | 52,6% | 30,3% | 30,9% | 48,4% |
| Dividend yield* | 12,8% | 13,5% | 1,9% | 1,8% | 6,7% | 5,1% | 5,1% | 4% | 4,2% |
