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Susep multa PwC e auditores em R$ 2 milhões por ‘auditoria inepta’ no caso IRB

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) multou na última semana a PwC e auditores em R$ 2 milhões pela “auditoria inepta” das demonstrações contábeis do IRB (Re) referentes ao exercício de 2019.

A firma era a responsável pela auditoria do ressegurador, envolvido em um escândalo contábil em 2020. Na época, a gestora de recursos Squadra publicou cartas aos cotistas questionando práticas contábeis e cobrando transparência do IRB (Re). Mais tarde, veio à tona a fraude nos números, o que impôs a necessidade de reapresentação dos balanços.

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O julgamento da PwC em primeira instância ocorreu no dia 30 de outubro. Ainda cabe recurso. No total, foram dois processos que, segundo a Susep, passaram pela avaliação e julgamento tanto da área técnica como do Conselho Diretor da Autarquia.

Procurada, a PwC informou que “não comenta temas que envolvem clientes por questões de confidencialidade e regras de sigilo profissional”.

O Instituto Empresa, que defende o interesse de acionistas minoritários, disse que “a condenação em si contradiz o discurso da companhia [PwC] e é mais uma comprovação de que ela tem responsabilidade nas falhas”.

“Os pareceres das auditorias deveriam fornecer segurança aos investidores e não o contrário. Ora, quem investiria nas Americanas, no IRB se os relatórios contábeis mostrassem a realidade? Quem investiu confiou no trabalho das empresas de auditoria. Portanto, nada mais correto do que as ações judiciais não se limitarem às empresas auditadas, mas estenderem-se àquelas responsáveis pela auditoria, pois houve inépcia como avaliou a Susep ao aplicar multa à PwC”, diz Eduardo Silva, presidente do Instituto Empresa em comunicado.

Em seu voto, a diretora relatora do caso, Jessica Bastos, disse que a PwC aprovou, sem ressalvas, as demonstrações contábeis do IRB do ano de 2019, embora tenha sido demonstrado que tais demonstrações possuíam uma série de inconsistências e distorções relevantes relacionadas à superavaliação patrimonial e consequente aumento da suficiência de liquidez da companhia resseguradora, diz a Susep em nota.

Esse não é o primeiro processo na Susep envolvendo o caso IRB (Re). Em setembro, o conselho diretor da autarquia confirmou a punição a ex-diretores do ressegurador por irregularidades durante suas gestões.

Eles ficaram inabilitados para o exercício de cargo ou função no serviço ou em empresa pública, sociedades de economia mista e respectivas subsidiárias, entidades de previdência complementar, sociedade de capitalização, instituições financeiras, sociedades seguradoras e resseguradoras por até 3,3 anos e pagarão multa de até R$ 76 mil.

*Com informações do Valor Econômico

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