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Alta da Selic em novembro, novos ajustes em dezembro e janeiro e perspectiva econômica de estabilidade em 2025. Essa é a expectativa de gestores, traders e economistas, segundo uma pesquisa pré-Copom realizada pelo BTG Pactual.
De acordo com o material, cerca de 94% dos participantes acreditam que o Copom vai optar por um aumento de meio ponto percentual na taxa Selic na reunião desta quarta-feira. A maioria (77%) também espera novos ajustes de 0,50 ponto nas reuniões de dezembro e janeiro.
Isso significa que a taxa básica de juros deve sair dos atuais 10,75% ao ano para 12,25% ao ano no início de 2025 se as projeções se confirmarem.
Em março de 2025, as projeções tornam-se mais variadas, com uma leve preferência por um aumento de 0,25 ponto. A partir de maio, a expectativa de estabilidade começa a ganhar força, com 54% dos participantes prevendo que a taxa Selic permanecerá inalterada entre maio e julho.
Comunicado BC e Selic
Com a expectativa praticamente unânime de uma alta de 0,50 ponto na Selic na reunião desta semana, a dúvida do mercado paira sobre o comunicado que acompanha a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).
A pesquisa do BTG indicou que quase metade dos respondentes (49%) espera que a comunicação do Copom indique que o ritmo atual de ajuste é compatível com o objetivo de controle inflacionário, sem dar pistas sobre movimentos futuros. Outros 39% acreditam que o comunicado não incluirá sinalizações de próximos passos.
Há ainda uma parcela de 20% que prefere uma comunicação mais aberta à possibilidade de novas acelerações na política de ajuste.
Selic acima de 12% no fim de 2025?
Além de prever um ciclo de alta acelerado da Selic, boa parte do mercado enxerga que os juros devem se manter em patamares elevados.
Para 2025, a maioria dos participantes (44%) espera que a taxa Selic feche o ano acima de 12%. Uma parcela menor (21%) projeta uma Selic entre 10,75% e 11,25%, com uma fatia semelhante projetando-a entre 11,50% e 12,00%.
Além disso, 86% dos entrevistados acreditam que a chance de cortes na taxa de juros antes do segundo semestre de 2025 é muito baixa.
Inflação acima do teto e gastos públicos
A respeito do quadro fiscal, cerca de 36% acreditam que o impacto das medidas de contenção de despesas do governo ficará entre R$ 30 e 40 bilhões, seguido de cerca de 28% entre R$ 20 30 bilhões. Outras opções (R$10 e 20 bilhões ou acima de R$ 40 bilhões) têm peso inferior, mas não negligenciável.
Quanto à chance de o mercado reagir favoravelmente ao anúncio das medidas, há visível divisão entre os participantes. Cerca de 33% acreditam que a chance é média, e os demais extremos quase se equivalem.
Em termos de inflação, 55% dos agentes financeiros esperam que o IPCA ultrapasse 4,5% em 2024 — ou seja, acima do teto da banda de tolerância estabelecida para 2024. Para os próximos anos, a expectativa é que a inflação se mantenha próxima ao teto da meta, de acordo com a pesquisa, que contou com 53 participantes.
Câmbio e FED
Em relação aos juros nos EUA, a maioria dos participantes (59%) acredita que o nível da taxa de juros do FED em dezembro de 2025 deva alcançar entre 3,25% e 3,75%. Outra parcela significativa vê o “Fed Funds” encerrando o ano entre 4,0% e 4,5%.
A chance de o FED migrar para cortes trimestrais já no primeiro trimestre do próximo ano é vista como “elevada” ou “muito elevada” por cerca de 41%.
Para o câmbio, cerca de 35% dos participantes veem o real oscilando entre R$ 5,35 e R$ 5,55 por dólar nos próximos 12 meses, enquanto aproximadamente 36% projetam uma desvalorização para o intervalo entre R$ 5,55 e R$ 5,75.
De acordo com o estudo, esses resultados mostram um mercado financeiro cauteloso, que espera ajustes pontuais na taxa Selic ao longo dos próximos meses, com uma eventual estabilização a partir de meados de 2025.