Qual é o maior mercado da BYD fora da China?
A principal fabricante chinesa de veículos elétricos, BYD, dobrou seu volume de vendas no exterior nos nove meses até setembro, com ganhos no Brasil e no Sudeste Asiático compensando os reveses na Europa.
Assim, a BYD vendeu 298 mil veículos fora da China. As vendas na China cresceram 27% no ano, para 2,43 milhões de veículos.
Dessa forma, a receita consolidada do trimestre de julho a setembro aumentou 24% no ano, para 201 bilhões de yuans (US$ 28,2 bilhões), segundo a BYD informou na quarta-feira.
Isso coloca a BYD acima da rival americana Tesla em receita trimestral pela primeira vez.
Brasil é o maior mercado para a BYD
O Brasil se tornou o maior mercado da BYD no exterior. Então, de janeiro a setembro a montadora vendeu 51.299 veículos de passeio e comerciais leves. Isso de acordo com dados da indústria do Brasil. É um aumento de mais de oito vezes no ano.
Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD Brasil, credita o desempenho à alta demanda por elétricos no Brasil combinada com consumidores ambientalmente conscientes curiosos sobre as vantagens dos veículos da BYD.
Dessa forma, as opções da montadora chinesa variam de compactos e sedãs a veículos utilitários esportivos. A linha inclui elétricos e híbridos plug-in.
Marcas ocidentais como Fiat e Volkswagen dominam o mercado automotivo brasileiro.
A BYD ocupa a 10ª posição com uma participação de 2,9%, atrás da fatia de 3,6% da Honda. Mas a participação da BYD melhorou 2,5 pontos em relação ao ano anterior.
Crescimento no Sudeste Asiático
A BYD também está crescendo no Sudeste Asiático.
Assim, as vendas de veículos de passageiros na Tailândia aumentaram mais de sete vezes no ano para cerca de 15 mil durante o período de janeiro a setembro, mostram dados da MarkLines.
Dessa forma, a participação de mercado da BYD na Tailândia é de 9%, colocando-a em terceiro lugar, atrás da Toyota e da Honda.
A BYD começou a vender veículos elétricos de passageiros na Tailândia em novembro de 2022.
Os volumes de vendas da empresa também estão crescendo na Indonésia e na Malásia.
Assim, os veículos de passageiros e comerciais da BYD entraram em mais de 90 mercados, incluindo um primeiro showroom na Jamaica este ano.
A empresa está buscando crescimento além da China. O país em que a demanda por novos veículos diminuiu.
BYD: nem tudo é festa
Mas a montadora não tem bom desempenho em todos os mercados estrangeiros. Assim, na Alemanha as vendas caíram 42%, para 1.600 veículos.
A Alemanha encerrou os subsídios para compras de veículos elétricos no final de 2023. Isso foi um ano antes do previsto. Assim, a BYD perdeu competitividade de preço em relação aos veículos com motor de combustão interna.
Dessa maneira, o principal veículo elétrico da BYD, o Seal EV, agora custa 44.990 euros (US$ 48.790) na Alemanha.
É quase o dobro do preço na China, devido a tarifas e outras taxas. As vendas da BYD despencaram na Suécia, que encerrou os subsídios para veículos elétricos em 2022.
Outro golpe para a montadora
A recente decisão da União Europeia de impor tarifas sobre veículos elétricos fabricados na China foi outro golpe para a sorte da BYD na Europa.
A Comissão Europeia diz que os veículos elétricos chineses se beneficiam de subsídios governamentais injustos.
Na terça-feira, a União Europeia aprovou tarifas que variam de 7,8% a 35,3%, além da tarifa existente de 10% sobre veículos elétricos fabricados na China. A própria BYD está sujeita a uma tarifa adicional de 17%.
Para contornar as tarifas, a BYD construirá uma fábrica de veículos elétricos na Hungria até 2026. A Hungria votou contra as tarifas. A montadora também construirá uma fábrica na Turquia, que não está sujeita a taxas de exportação para a União Europeia.
A BYD está sacudindo sua estratégia de vendas na Alemanha. No final de agosto, a empresa disse que comprará a distribuidora alemã de veículos elétricos Hedin Electric Mobility.
“A BYD está tentando se diferenciar na Europa como fabricante de elétricos de ponta”, disse Tang Jin, diretor sênior de pesquisa do Mizuho Bank.
“A capacidade de aumentar a força da marca ao mesmo tempo em que aborda a questão de tarifas adicionais por meio da produção local será fundamental.”
Com informações do Valor Econômico